quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O tempo



















A vida é um dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.


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Sobre o(a) autor(a):
Mário Quintana (1906 - 1994) nasceu em Alegrete - RS.
Pertencente à segunda geração do Modernismo, é chamado de poeta das coisas simples, despreocupado com a crítica. Em suas poesias percebe-se bom-humor e coloquialismo.
Foi um grande tradutor.

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