quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A alma africana sempre esteve no olho do furacão


O que vocês esperavam que acontecesse quando tiraram a mordaça que tapava essas bocas negras?
Esperavam que elas lhes lançassem louvores? E essas cabeças que seus avós e seus pais haviam dobrado à força até o chão?
O que esperavam? Que se reerguessem com adoração nos olhos?
Ei-los em pé. Homens que nos olham. Ei-los em pé. Faço votos para que vocês sintam como eu a comoção de ser visto.
Hoje, esses homens pretos nos miram e nosso olhar reentra em nossos olhos.
Tochas negras iluminam o mundo e nossas cabeças brancas não passam de pequenas luminárias balançadas pelo vento.

Sobre o(a) autor(a):
Iniciou na literatura clássica desde cedo. Fez seus estudos secundários em Paris, no Lycée Henri IV. Despertou seu interesse pela Filosofia, influenciado pela obra de Henry Bergson. Considerado por muitos o símbolo do intelectual engajado.


http://www.youtube.com/watch?v=V0OUcpjMaGU


Nenhum comentário:

Postar um comentário