segunda-feira, 1 de março de 2010

Assim falou o Rei

Então cheguei sozinho e quis rever a nossa casa
O desalinho dos cabelos disfarcei
O muro mal pintado, algumas flores escondidas
Degraus empoeirados, a varanda esquecida
No meio de uma sala, o tapete
No fim do corredor, a porta do nosso quarto que guardava
Antigas frases e atitudes inseguras
Todos os erros, os nossos gestos incontidos
Seus apuros e segredos
Depois de tanto tempo
Eu lhe encontro se escondendo
Atrás de frases repetidas pra justificar
A sua decisão de separar as nossas vidas
Por isso acomodei, sem ter razão pra contornar

Você se fez senhora
Somente por respeito e por escrito
Mas fica o dito por não dito
E as suas mágoas eu respeito
Mas não aceito o argumento
De que agora se arrepende
E por motivo de força maior é melhor partir

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